Cotidiano

Carne Fraca: Frigoríficos citados na operação da PF demitem 280

SÃO PAULO – Afetados pela repercussão da operação “Carne Fraca”, frigoríficos administrados pela Central de Carnes Paranaense, demitiram 280 pessoas nesta quarta-feira. A razão foi os cancelamentos das vendas desde a divulgação da investigação da Polícia Federal que engloba fraudes sanitárias e fiscais na produção e venda de carnes no Brasil.

Os 280 demitidos trabalhavam na área de produção dos frigoríficos Master Carnes e Souza Ramos, pertencentes ao grupo Central. Segundo Ednandes Alexandre Santos, coordenador de vendas e marketing da empresa, a área comercial não conseguiu mais nenhum negócio desde a deflagração da operação e as vendas que já estavam programadas foram canceladas.

? Demitimos 280 nos dois frigoríficos. Além disso, um número equivalente de trabalhadores indiretos, como representantes de vendas, também serão afetados. A situação já estava ruim, mas desde a operação não vendemos mais nenhum quilo de carne ? disse.

Segundo Santos, apesar da dificuldade causada pela crise econômica e concorrência, a empresa estava em boa condição financeira. No entanto, sem vender e com produtos parados em estoque, a saída encontrada foi parar completamente com a produção para evitar o crescimento dos custos na ausência da receita de vendas.

? Esse é um mercado em que a concorrência é desleal para os pequenos. Um concorrente do porte da JBS empurra a gente para os cantos, para os lugares que não querem atender. Ainda assim íamos conseguir passar por essa situação de crise, mas a operação Carne Fraca agravou muito a situação ? explicou.

As investigações da Polícia Federal apontam que a Master Carnes injetada água nos frangos, para elevar o seu peso. Segundo Santos, essa prática não procede, porque a empresa apenas comercializava cortes de aves de outros produtores. Já a Souza Ramos é acusada de fraudes fiscais e o representante da Central de Carnes Paranaense afirmou que não poderia comentar o caso.

Na segunda-feira, teve início o período de férias coletivas para 1700 funcionários da unidade de produção de suínos da BRF em Toledo, no Parána. De acordo com a empresa, essas férias já estavam programadas e irão durar 15 dias.