CURITIBA – O gerente de Relações Institucionais e Governamentais da BRF, Roney Nogueira dos Santos, que foi detido ao desembarcar em São Paulo no sábado, e outros presos da Operação Carne Fraca, devem ser transferidos para Curitiba nesta terça-feira. Todos devem ser submetidos a exame de corpo de delito no período da tarde.
A PF não confirma oficialmente as informações, nem os nomes dos outros detidos que devem seguir para a capital paranaense, centro da Operação. A PF havia se comprometido a divulgar um balanço oficial da operação nesta segunda, o que não ocorreu até a noite.
Depois de receber críticas do governo federal, por meio de declarações do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que apontou ?erros técnicos? na sua conduta, a regional paranaense da PF se fechou para informações à imprensa. Segundo fontes, os agentes de Curitiba só podem se pronunciar com autorização da chefia, de Brasília.
Ainda nesta terça-feira, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva deve decidir se prorroga, ou não, os mandados de prisões temporária cumpridos na sexta, ou se as converte em prisão preventiva (sem prazo). Em despacho nesta segunda-feira, Josegrei determinou que sejam observadas as condições de cela especial ? reservada a presos com ensino superior ? a Roney, e também ao diretor do grupo BRF, André Luis Baldissera, e a Paulo Rogério Esposito.
Na mesma decisão, o magistrado indeferiu um pedido de prisão domiciliar ao advogado Fabio Zanon Simão, apontado pela PF como um dos líderes da quadrilha. A defesa de Simão havia alegado que, pelas prerrogativas da profissão, teria direito a recolhimento em Sala de Estado Maior. Josegrei contra argumentou com jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que diz que é legal o recolhimento de advogados em sala especial com condições adequadas.
FISCALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
Também nesta segunda, a Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Curitiba recolheu amostras de quatro produtos de marcas citadas pela Operação Carne Fraca em um mercado da cidade. Os produtos foram enviados ao Laboratório Central do Estado (Lacen) para análises físico-química e microbiológica, que deverão avaliar, em dez dias, se estão próprios para consumo.
Conforme informou a Secretaria, foram recolhidas dez amostras de salsicha, linguiça defumada, carne embalada à vácuo e salame. Se constatados problemas, a prefeitura deve notificar os fabricantes para que recolham os produtos das gôndolas. A coleta deve continuar em outros estabelecimentos, que fazem venda direta à população, por escolha aleatória nesta terça-feira. (*) Especial para O GLOBO