Cotidiano

Cardozo e Dilma dizem que impeachment quis frear Lava-Jato

BRASÍLIA – A presidente afastada Dilma Rousseff e o ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo disseram que o objetivo do impeachment era frear a Operação Lava-Jato, e que a conversa do ex-ministro do Planejamento e senador Romero Jucá (PMDB-RR) deixa isso “muito claro”. Nesta quarta-feira, o advogado de Dilma no impeachment e a presidente afastada respondem a internautas no Facebook. É a quinta vez que Dilma convoca ex-ministros para atacar o governo interino e defender a gestão afastada – só nesta quarta-feira é a segunda vez.

“Desde o início, temos alegado que este processo de impeachment foi realizado com desvio de poder, ou seja, buscando-se finalidades totalmente estranhas à lei. Agora, com estas gravações, isto fica ainda mais claro. Se pretendeu o impeachment para impedir que as investigações da operação Lava Jato prosseguissem normalmente. Queriam, com um novo governo, eliminar o combate à corrupção que foi feito durante todo o meu governo”, escreveram Dilma e Cardozo.

Na última segunda-feira, o jornal “Folha de S. Paulo” divulgou conversas em que o então ministro do Planejamento Romero Jucá sugeria impedir avanços de investigações da Lava-Jato. No mesmo dia, ele deixou a pasta e voltou ao Senado. Dilma atacou o episódio no mesmo dia em redes sociais e em um discurso a trabalhadores do campo.

“A gravação da conversa mantida pelo Senador Romero Jucá com o ex-senador Sérgio Machado deixa isto muito claro (impeachment para obstruir a Lava-Jato). Por esta razão, vamos usar sim na nossa defesa”, disseram. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) já disse que o áudio será peça central na defesa.