RIO – Prestes a completar 23 anos, Jake Bugg não é mais o adolescente tímido que apareceu em 2012, quando estreou com um álbum homônimo, nem a promessa mal-humorada do folk de ?Shangri-la?, seu segundo trabalho, lançado em 2013. Mais simpático do que de costume, ou apenas mais maduro do que antes, o cantor e compositor inglês volta ao Brasil para tocar em três capitais e apresentar o repertório de ?On my one?, seu terceiro disco de estúdio, que chegou às lojas e aos serviços de streaming em junho do ano passado.
O músico já acumula três passagens pelo país. Sua última visita aconteceu em 2014, quando tocou no Lollapalooza, em São Paulo, e, após sete meses, voltou para uma turnê que passou por outras três cidades. Desta vez, ele toca em São Paulo (9 de março), no Rio (dia 10), e pela primeira vez em Belo Horizonte (11), focando em shows mais intimistas.
? Gosto de tocar em festivais, é uma experiência diferente. Mas, claro, também gosto de apresentações apenas minhas, porque são mais focadas, e meus fãs são a maioria. Eles conhecem bem o repertório e cantam tanto as músicas antigas quanto as novas ? disse o jovem, que declarou estar animado para voltar ao país. ? Além das músicas do novo álbum, também temos um novo tecladista na banda. Ele começou a tocar na igreja, tem uma influência gospel bem forte. Os fãs podem esperar muitas coisas boas dos próximos shows.
Sobre ?On my one? ? título que deriva de um trocadilho com a expressão ?on my own? (?por conta própria?, em tradução livre) ?, Bugg diz ser um álbum mais pop, deixando um pouco de lado o folk e o blues, ritmos que o consagraram. Agora, o inglês abre espaço para novas referências, como a banda de funk americana War, famosa nos anos 1970, e outras sonoridades, apostando em arranjos que vão do violão aos sintetizadores.
? Eu passei bastante tempo trabalhando nesse disco, produzi cerca de oito ou nove músicas. Diferentemente do meu primeiro trabalho, neste não escrevi apenas sobre minhas experiências pessoais. Tenho gostado muito de compor sobre um universo mais distante de mim. Criar essas histórias me ajudam a escapar um pouco da realidade ? afirmou ele, que é constantemente comparado a Bob Dylan. ? Muitas pessoas veem um cara que canta, compõe e toca uma guitarra e dizem: ?Esse é o novo Bob Dylan?. Isso é patético.
Nascido em Nottingham, o inglês é fruto da classe operária inglesa e mostra-se sempre grato por ter sido descoberto logo cedo. Se não fosse por isso, seu destino seria outro, como o de alguns de seus amigos, que hoje passam seus dias empacotado compras em um supermercado de sua cidade natal.
? Ainda estava com 17 anos quando comecei nessa vida, e tudo mudou desde então. Me considero muito sortudo por trabalhar com a música, que é o que mais gosto de fazer.
ALÉM DA MÚSICA, O FUTEBOL
Autor de hits como ?Two fingers?, ?Broken? e ?Seen it all?, Bugg põe a música como a paixão primordial, mas conta que o futebol também ocupa um lugar importante na sua vida. Apesar de fazer parte da geração millennial, ele não se enquadra no perfil viciado em redes sociais. Na verdade, ele afirma que normalmente utiliza a internet apenas para acompanhar o resultado dos jogos.
? O problema das redes sociais é que há muitas histórias sem sentido, que acabam me consumindo. Mas, às vezes, até gosto. Principalmente quando se trata de futebol ? declarou o inglês, que disse ter participado de uma partida em sua última visita ao Brasil. ? Quando estive aí, não cheguei a assistir a nenhum jogo, mas joguei uma pelada com uns brasileiros. Até fiz um gol.
Quanto ao time do coração, Bugg faz mistério, mas não esconde que conhece alguns times brasileiros, como o São Paulo e o Corinthians.
? Eu não torço por nenhum time brasileiro em particular, apenas curto assistir às partidas e me divertir. O time para o qual eu torço é uma droga, então é ótimo assistir a uns jogos de qualidade para variar um pouco.