Cotidiano

Câncer de colo de útero é novo vilão das paranaenses

 

 

 

Muitas doenças têm diferentes causas. Com o câncer de colo do útero, no entanto, há um maior vilão mais do que revelado. O vírus HPV é encontrado no DNA de 99,7% das pacientes que desenvolvem tumores malignos no colo do útero. Essa informação, disponível no Pathology Outlines: www.pathologyoutlines.com/topic/cervixSCC.html, reforça a importância da vacina anti-HPV quadrivalente, disponível nos laboratórios Frischmann Aisengart, referência em prevenção e medicina diagnóstica, no Paraná.

Em 2018, segundo estimativas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), 950 novos casos de câncer de colo do útero serão registrados no Estado do Paraná. Esse dado representa que 14,1 entre cada 100 mil mulheres paranaenses devem receber o diagnóstico da doença este ano. Trata-se da terceira maior prevalência de câncer de colo uterino entre os Estados do eixo Sul-Sudeste, atrás apenas do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

De acordo com a médica onco-hematologista do Laboratório Frischmann Aisengart, Jerusa Miqueloto, é fundamental orientar a sociedade sobre a importância da vacinação de meninos e meninas antes do início da vida sexual. "Vírus HPV e câncer de colo do útero representam a mais íntima relação entre uma causa e uma doença. É uma associação até mais evidente do que ocorre entre tabagismo e câncer de pulmão", observa.

Imunização

A vacina quadrivalente imuniza contra os HPVs dos tipos 16 e 18 (que são responsáveis por cerca de 7 entre 10 casos de câncer de colo do útero) e dos tipos 6 e 11 (que causam 9 entre 10 casos de verrugas genitais). "Embora seja mais indicada para as meninas que ainda não iniciaram a vida sexual, por não terem se exposto ao vírus, é também recomendada para outras faixas etárias", acrescenta Jerusa.

Apesar da eficácia da vacina, há mitos que dificultam a adesão às campanhas de vacinação. Segundo a médica onco-hematologista, a vacina contra os HPVs de alto risco é uma medida urgente e, também, segura. "São raros os casos em que há efeitos colaterais e eles não costumam ser severos", afirma.

 

PCR e o diagnóstico do tipo de HPV

A maioria das mulheres terá algum contato com o vírus HPV ao longo da vida. Mas isso não é motivo para alarde. Estima-se que 9 entre 10 dessas mulheres apresentarão uma imunidade natural e, portanto, apenas 10% estarão em risco de desenvolver as lesões pré-câncer. Em meio a esse cenário, desponta o teste de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), que possibilita fazer a tipologia do HPV, apontando se a paciente é positiva para algum HPV de alto ou baixo risco.

O teste de PCR investiga se o vírus iniciou o bloqueio do sistema de defesa, o que tornaria a paciente mais suscetível a desenvolver câncer. "O teste de PCR, quando identifica a presença de um HPV oncogênico, abre um importante caminho para o diagnóstico precoce de câncer de colo do útero", complementa Jerusa Miqueloto.

Para as mulheres que iniciaram a vida sexual, explica a especialista, as demais alternativas para prevenir o câncer de colo de útero são o uso de preservativo nas relações sexuais e a realização periódica de exame de Papanicolau. "A avaliação com o ginecologista permite identificar e tratar lesões menos agressivas, seja em uma fase pré-câncer ou um câncer em fase inicial".

 

Vacinação dos meninos

A vacina quadrivalente contra o vírus HPV é indicada também para os meninos. Os HPVs de alto risco estão também relacionados com tumores de garganta, pênis e ânus. Além disso, ao se imunizar ambos os sexos, quebra-se totalmente a cadeia de transmissão.

 

*Com 950 novos casos, esse tipo de câncer deve ser o segundo mais comum entre as paranaenses em 2018

*Com 14,1 novos casos para cada 100 mil mulheres, o Paraná registra a terceira maior prevalência de câncer de colo uterino entre os Estados do eixo Sul-Sudeste

*Para mais informações acesse: http://www.labfa.com.br

 

Vacina contra o HPV para meninos e meninas é gratuita em todo o Brasil; consulte a unidade de saúde mais perto da sua casa

 

Quem deve tomar a vacina pela nova regra do Ministério

A imunização contra o HPV também é oferecida a meninos de 11 a 15 anos incompletos. Desde janeiro de 2017, a vacina em questão passou ser disponibilizada no SUS (Sistema Único de Saúde) para meninos de 12 a 13 anos. Até então, era aplicada somente em meninas com menos de 15 anos.

A medida se torna ainda mais importante com a divulgação de que mais da metade dos jovens brasileiros entre 16 e 25 anos possuem algum tipo de HPV. E, em 38,4% deles, tratam-se do subtipo de alto risco, mais associados a câncer.

A meta estipulada é vacinar ao menos 80% das 7,1 milhões de crianças brasileiras do sexo masculino nessa faixa etária, a fim de protegê-las, inclusive, dos cânceres de pênis, garganta e ânus, diretamente ligados ao HPV.

Também têm direito à imunização portadores do vírus HIV de 9 a 26 anos ou pessoas com câncer em uso de quimioterapia e radioterapia (ambos os sexos), além de quem já foi submetido a algum transplante de órgão. No primeiro caso (HIV/Aids), são necessárias três doses – com intervalo de dois e seis meses. Para os demais, permanece o esquema atual: duas injeções com um espaço de seis meses entre uma e outra.

Meninas

Meninas que chegaram aos 14 anos sem iniciar ou completar essa imunização também serão público-alvo de ações de conscientização. Estima-se que há 500 mil adolescentes nessa situação no País. Para elas, a importância envolve a prevenção dos cânceres vaginal, anal, de colo do útero e de vulva. Lesões pré-cancerosas e verrugas genitais também seriam prevenidas.

Vale lembrar que o HPV é transmitido pelo contato direto com mucosas infectadas por meio de relação sexual e também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Se seguido à risca, esse esquema vacinal protege contra quatro subtipos desse vírus (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia.