Cascavel – O Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem, foi marcado por protestos organizados por diferentes movimentos sociais nas principais cidades do Paraná e do Brasil. Em Cascavel, grupos de agricultoras, sindicalistas e representantes de coletivos femininos seguiram em marcha pela Avenida Brasil até a sede do INSS para protestar, sobretudo, contra a proposta de reforma da Previdência Social.
Acompanhadas de muitos homens, elas cobraram respeito, igualdade e a garantia de direitos. O ato foi reforçado com faixas, bandeiras e o clamor das mulheres que se sentem ameaçadas de perder direitos adquiridos há muito tempo. A manifestação, organizada pela Fetaep (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná), levou cerca de mil pessoas de toda a região Oeste à sede do INSS.
A coordenadora regional de mulheres da Fetaep, Ivete de Fátima Schimitt, disse que a reforma previdenciária trará prejuízos principalmente às mulheres do campo. Hoje, os agricultores se aposentam com 65 anos e as produtoras rurais com 55 anos e agora querem tirar esse direito. Achamos que querem nos roubar porque isso é um direito nosso, garantido pela Constituição, sentenciou.
A agricultura Zilda Rodrigues Soares veio de Medianeira para participar da marcha. Aos 61 anos, ela conquistou a aposentadoria com o trabalho árduo no campo, mas teme perder o benefício. Não é justo depois de tanto tempo vivendo na zona rural perder a aposentadoria, que é de apenas um salário mínimo. Estou aqui para defender o meu direito e todas as mulheres, disse.
CONTRA A VIOLÊNCIA
Integrante do movimento coletivo Ana Montenegro, Marley Kniphoffi participou do ato para convocar as mulheres a lutarem contra o desrespeito e a violência. Infelizmente, ainda há muita violência camuflada. Além disso, toda a sociedade prega pela igualdade de gênero, mas ainda precisamos que as trabalhadoras tenham o mesmo direito que os trabalhadores, incluindo salários iguais, argumentou.