Em nota, a Caciopar afirmou ser contrária à anistia de caixa 2.
O documento diz que ?o Brasil e os brasileiros talvez tenham nas mãos a maior de todas as oportunidades para corrigir erros históricos e conduzir o País por novos caminhos, melhores que aqueles percorridos principalmente nas últimas décadas.
A história e as circunstâncias criam os ingredientes certos para que o Brasil possa, de uma vez por todas, superar alguns dos equívocos que o mantém estagnado e refém de velhas práticas. Chegou a hora de o País refletir sobre equívocos, posicionamentos e medidas que custam tão caro e então encontrar formas de superá-los.
O grito das ruas sinaliza de forma clara o Brasil desejado. Milhões de pessoas deixaram as suas casas vestindo as cores do pavilhão nacional porque não aceitam mais práticas tão equivocadas que beneficiam poucos grupos e castigam os demais.
Não é mais possível conviver com excessos de um lado e escassez de outro, com benefícios espúrios e com conchavos que dilapidam as riquezas nacionais. Essas práticas, e os números estão aí para comprovar isso, prejudicam a distribuição de renda, restringem oportunidades, elevam a criminalidade e criam um clima de revanchismo que não é sadio a ninguém.
Pela primeira vez na história, pessoas que desafiam a lei, as instituições e saqueiam o dinheiro dos brasileiros, independentemente do cargo ou posição que ocupem, são punidas no Brasil. Talvez as punições ainda estejam distantes do ideal e alcancem uma pequena parcela de improbos. Entretanto, toda grande mudança precisa começar de algum lugar, por menor que seja.
O primeiro passo para a mudança é que cada brasileiro, independentemente de quem seja, saiba que não está acima da lei. Ele deve entender que se aceita pegar o que não é seu que esse mesmo dinheiro faltará a outro. Que os bilhões que abastecem a corrupção são os mesmos que mantém o caos em setores como saúde, segurança e educação. É também o dinheiro que deixa de ser investido em estrada mais seguras, que reduzam acidentes e mortes.
Dinheiro que falta em ferrovias, em hidrovias, em aeroportos e em programas de estímulo à pesquisa e à inovação, condições fundamentais para que um país possa crescer, gerar oportunidades de emprego e renda e melhorar a qualidade de vida de todos. Por defender essas questões tão determinantes é que a Caciopar, coordenadoria que representa 46 associações empresariais do Oeste do Paraná, manifesta-se a favor das dez medidas contra a corrupção e contra a anistia do caixa 2.
Os brasileiros e as entidades do setor produtivo esperam que os homens públicos, enfim, percebam e façam parte da mudança. Que não se deixem envolver pelo presente e troquem uma suposta facilidade momentânea mais uma vez condenando o futuro desse grande país, que não merece ser tratado com tanto desprezo. A opção pela prática ou não do crime é o limite entre o mau-caratismo e a decência, e quem se deixa seduzir por práticas ilícitas e ganhos fáceis precisa ser punido à altura da irresponsável decisão que adotou.
Com 40 anos de tradição em favor do trabalho, da livre iniciativa e de avanços que melhorem o Brasil e a vida dos brasileiros, a Caciopar reafirma, mais uma vez, seu apoio incondicional à Lava Jato e condena qualquer atitude que possa a vir anistiar criminosos que praticam o crime do caixa 2 ou qualquer outro tipo de crime, conclui o documento assinado por Leoveraldo Curtarelli de Oliveira, presidente da entidade.
Cotidiano