Johanesburgo – Os chefes de Estado dos países-membros do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – afirmaram, em declaração conjunta, ontem, que se comprometem com o fortalecimento das relações internacionais para o desenvolvimento econômico com foco no bem-estar da população.
Eles alertaram para o crescente protecionismo comercial e condenaram ações terroristas e de violação de direitos humanos em áreas de conflito.
Os líderes do Brics, entre eles o presidente Michel Temer, estão reunidos na 10ª Cúpula do bloco, a ser realizada até esta sexta-feira em Johanesburgo, na África do Sul. O tema da cúpula é colaboração para crescimento econômico inclusivo e prosperidade compartilhada na quarta revolução industrial.
No documento apresentado nessa quinta-feira (26), os chefes de Estado destacaram que o encontro deste ano ocorre por ocasião do centenário de nascimento de Nelson Mandela, e reconheceram a contribuição do ex-presidente sul-africano a serviço da humanidade, da democracia e da promoção da cultura de paz no mundo.
Eles reafirmaram o compromisso com princípios do multilateralismo, do respeito mútuo entre as nações, com a democracia e com a legislação internacional e apoiaram o papel central da ONU (Organização das Nações Unidas) na manutenção da paz mundial, da segurança e na proteção dos direitos humanos. Mas, ressaltaram a necessidade de reformar a organização, incluindo o Conselho de Segurança, de forma que se torne mais representativa e eficiente.
Os líderes também reiteraram o compromisso com a agenda de objetivos do desenvolvimento sustentável e na adoção de medidas para cumprir o Acordo de Paris e ampliar a capacidade dos países para suavizar as consequências das mudanças climáticas.
A 10ª Cúpula do Brics está sendo realizada desde quarta-feira em Johanesburgo. Segundo o Itamaraty, o grupo responde por 23% do PIB (Produto Interno Bruto) e 18,2% do comércio mundiais. Em dez anos, o comércio entre os países do bloco evoluiu de US$ 92 bilhões para US$ 288 bilhões.
Terrorismo
Eles destacaram, ainda, os esforços empreendidos para promover ações focadas em áreas como energia, agricultura, acesso à água, proteção da biodiversidade e questões relacionadas aos desafios do crescimento populacional.
O documento também condena todas as formas de terrorismo, incluindo ameaças de ataques químicos e biológicos. Defenderam a ampliação das negociações multilaterais para impedir o avanço desse tipo de ameaça e do uso das novas tecnologias para atividades criminosas, além da produção de armas nucleares.
Os presidentes chamaram a atenção para o crescimento da economia global, mas alertaram que ainda há risco de crescimento desigual, refletivo em vários desafios como o crescimento de conflitos comerciais e volatilidade dos preços de commodities, entre outros.