SANAA ? Ao menos 22 civis morreram neste domingo em bombardeios da coalizão militar árabe contra uma área de perfuração de um poço de água perto da capital iemenita Sanaa, segundo testemunhas. No mesmo dia, 10 soldados morreram em um atentado suicida no Sul do Iêmen, onde grupos extremistas são muito ativos.
Os ataques da aviação da coalizão liderada pela Arábia Saudita aconteceram em Beit Saadane, localidade da região de Arhab, Norte de Sanaa.No Sul, um homem avançou com um carro repleto de explosivos contra um posto do Exército do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, em Al-Wadie, na província de Abyan.
No Iêmen, que está em guerra desde 2014, as forças governamentais, apoiadas desde março de 2015 por uma coalizão militar árabe liderada pela Arábia Saudita, lutam contra rebeldes que controlam parte do país e contra grupos extremistas presentes no Sul. A Al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico (EI) intensificaram nos últimos meses os atentados, especialmente em Áden, a grande cidade do sul declarada capital “provisória” do Iêmen. O conflito no Iêmen deixou 6.600 mortos desde a intervenção da coalizão árabe, segundo a ONU.
Terroristas aproveitam os espaços deixados com o vazio de poder no Iêmen. O país enfrenta, desde 2014, um conflito entre os houthis e Hadi, que foi expulso da capital, Sanaa. Em março de 2015, a Arábia Saudita passou a liderar uma coalizão militar árabe sunita para conter o avanço dos xiitas houthis, que se aliaram a forças ligadas ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh. Desde então, a AQPA invadiu cidades no Sul e no Sudeste, e o EI fez atentados que deixaram dezenas de mortos em Sanaa.
O governo recuperou várias cidades que estavam sob poder de houthis e de extremistas. Ao mesmo tempo, um processo de paz entre rebeldes e o governo está bloqueado desde 6 de agosto, quando fracassaram negociações organizadas no Kuwait com mediação da ONU. Enquanto isso, os rebeldes têm usado recursos do Estado para um governo paralelo, aliado aos partidários de Saleh.