RIO – O BNDES teve prejuízo de R$ 2,2 bilhões no primeiro semestre de 2016, o primeiro desde 2003, como antecipou a colunista Miriam Leitão. No primeiro semestre de 2015, o banco teve lucro de R$ 3,5 bilhões. De acordo com o banco, o resultado foi consequência, principalmente, de despesas com provisões, tanto da carteira de crédito e repasses quanto da carteira de participações societárias.
Analistas já esperavam resultado negativo no semestre por um conjunto de fatores: desde perdas com as participações acionárias da BNDESPar (braço do banco para investir em empresas) a elevação de provisões (reconhecimento de possíveis perdas) com risco de inadimplência e processos de recuperação judicial, como o da Oi.
A Oi pediu recuperação judicial em junho e teve prejuízo de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre. O BNDES é credor da empresa, com dívida de R$ 3,3 bilhões, e é sócio da operadora de telefonia, com fatia de 4,63%.
O último prejuízo semestral do BNDES foi entre janeiro e junho de 2003, de R$ 2,4 bilhões, um recorde na época. O reconhecimento do risco de perdas em financiamentos que vinham sendo rolados foi o principal impacto, com destaque para a provisão para a americana AES, controladora da Eletropaulo. Se não houvesse o reconhecimento do risco de perda dos empréstimos da AES, o BNDES teria fechado o semestre com lucro de R$ 855 milhões.