RIO – O diretor da área internacional do BNDES, Ricardo Ramos, disse nesta terça-feira que espera ter uma solução, ainda este ano, para alguns dos 25 contratos de financiamento de projetos de infraestrutura no exterior que estão suspensos desde maio. Os contratos somam US$ 7 bilhões, dos quais US$ 2,3 bilhões já foram desembolsados. Eles foram firmados com cinco construtoras, todas investigadas pela Lava-Jato, e correm o risco de serem cancelados.
Segundo Ramos, estão sendo levados em consideração vários fatores, desde o estágio das obras até a situação econômica do país onde os projetos estão sendo construídos. Ele citou o caso da Venezuela, que enfrenta grave crise econômica, como uma das situações mais delicadas. No modelo do BNDES de financiamento de exportação de serviços de engenharia, os países são os contratantes.
? Já avançamos em diversos contratos. Mas a gente só pode decidir cancelar quando a gente acordar com o cliente. Não foi nada assinado. A gente está avaliando um a um, considerando fatores como custo da obra, avanço físico da obra, exposição (do banco) e até negociação com o importador (o país onde a obra vinha sendo executada) ? disse Ramos, em evento do BNDES no Rio.
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Alem da análise da diretoria do BNDES, o que ainda não aconteceu, a decisão sobre o futuro dos contratos dependerá também de análise do Ministério das Relações Exteriores, uma vez que a descontinuidade no financiamento pode causar atritos diplomáticos.
As construtoras envolvidas são Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, e os contratos abarcam um total de nove países, incluindo Cuba, Venezuela e Angola.
