SÃO PAULO ? Por determinação do juiz Sérgio Moro, o Banco Central bloqueou os valores encontrados nas contas de Jorge e Bruno Luz, considerados pelos investigadores da Lava-Jato como operadores do PMDB na Petrobras. Os maiores valores foram encontrados nas contas da Partners Air Serviços e Comércio de Produtos de Petróleo, onde foram bloqueados um total de R$ 1 milhão. Moro havia determinado o bloqueio de R$ 100 milhões nas contas.
Ontem, a Partners protocolou uma petição ao juiz Sérgio Moro pedindo para que o bloqueio seja retirado já que apenas Bruno Luz é sócio da empresa e responsável por um terço da sociedade.
Jorge e Bruno Luz chegaram ontem a Curitiba após se entregarem à Polícia Federal. O primeirp é indicado por investigadores da força-tarefa como um dos principais operadores do PMDB e atuaria na Petrobras desde os anos 1980. Os dois foram citados nas delações de Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Fernando Soares, o Baiano.
Cerveró disse que Luz intermediou propina em contrato da Petrobras na Argentina e na contratação do navio-sonda Petrobras 10.000. Segundo o delator, US$ 6 milhões de dólares teriam sido destinados ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
No pedido feito ontem para que Moro reconsiderasse sua decisão, a Partners Air disse que, examinando o relatório, ?verifica-se que não existe menção à empresa e suas filiais em qualquer fato narrado na peça que deo origem ao referido despacho?.
No pedido que deu origem à Operação Blackout, no entanto, o Ministério Público Federal afirmou que foram encontradas operações suspeitas em relação à empresa.
Segundo os procuradores, Cesar Roberto Santos Oliveira e suas empresas DF Patrimonial e GDK pagaram R$ 281 mil à Partners Air. A GDK é uma das empresas que participaram no cartel de empreiteiras que definia previamente as vencedoras das licitações da Petrobras. Cesar Roberto Santos Oliveira é réu em uma ação acusado de pagar um veículo Land Rover ao ex-tesoureiro do PT Silvio Pereira pela contratação da GDK pela Petrobras.
Segundo o pedido da empresa, Bruno Luz não tem autonomia sobre a gestão e funcionamento da empresa. Bruno Luz é sócio por meio da empresa Luz Participações e Investimentos, que possui um terço do capital social da Partners Air. A empresa disse que o bloqueio impede a empresa de continuar suas atividades porque os recursos se destinam a pagamentos da folha salarial, encargos sociais e tributários e compromissos comerciais.
*Estagiário, sob supervisão de Flávio Freire