NOVA YORK ? Em seu último discurso à Assembleia-Geral da ONU enquanto chefe da organização, Ban Ki-moon, acusou o governo da Síria de ser responsável pela maior parte das mortes de civis no conflito de cinco anos no país. Ele afirmou que o regime de Bashar al-Assad continua a bombardear bairros e sistematicamente torturar milhares de detidos. E fez um apelo pelo avanço das negociações que podem levar ao fim do conflito, que já fez centenas de milhares de vítimas fatais.
Ban Ki-moon criticou no seu discurso os governos que facilitaram ou financiaram as atrocidades contra civis em todas as partes da Síria:
? Patronos poderosos que continuam alimentando a maquina de guerra também têm sangue em suas mãos ? disse o secretário-geral das Nações Unidas na 71ª sessão anual da Assembleia Geral. ? Peço a todos que têm influência para alcançar o fim dos combates e o início das negociações.
Ele condenou ainda o atentado de segunda-feira contra um comboio de ajuda humanitária em Aleppo. Ao menos 20 civis e um membro do Crescente Vermelho sírio foram mortos no bombardeio, enquanto descarregavam caminhões de ajuda humanitária. Uma parte da ajuda foi destruída.
Após o bombardeio, a ONU suspendeu os comboios humanitários na Síria. Sob acusações dos Estados Unidos, a Rússia negou que a aviação russa e a aviação síria tenham realizado o ataque, no dia em que encerrava a frágil trégua de uma semana negociada entre os países.