WASHINGTON ? Em depoimento ao Congresso, chefes da Inteligência dos Estados Unidos disseram nesta quinta-feira que autoridades do governo russo autorizaram a realização de ciberataques para influenciar as eleições americanas de novembro. Eles afirmaram ainda que a Rússia representa uma grande e crescente ameaça ao governo americano, operações militares, diplomáticas e comerciais ? assim como para a infra-estrutura crítica dos EUA. Rússia
“Chegamos à conclusão de que apenas os mais altos líderes russos poderiam autorizar o recente roubo e divulgação de dados relacionados com as eleições”, disseram três chefes da Inteligência em seu testemunho.
Entre as autoridades que testemunham em uma audiência do Comitê das Forças Armadas do Senado está o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper. Os funcionários americanos destacaram que a Rússia está entre pelo menos 30 nações que estão desenvolvendo capacidades para lançar ataques cibernéticos.
A audiência no Senado acontece um dia antes de o presidente eleito Donald Trump ser oficialmente informado sobre os ataques hackers que afetaram o Partido Democrata, cuja candidata Hillary Clinton foi derrotada pelo republicano na eleição presidencial.
Trump, que expressou ceticismo de que a Rússia estava por trás dos ciberataques, arrisca entrar em conflito tanto com democratas quanto com republicanos no Congresso.
Muitos de seus colegas de partido desconfiam de Moscou e não apoiam os elogios do empresário nova-iorquino ao presidente russo, Vladmir Putin, assim como seus esforços para superar as rixas entre os EUA e a Rússia.
Em resposta aos supostos ataques cibernéticos, o presidente Barack Obama ordenou a expulsão de território americano de 35 russos suspeitos de espionagem e impôs sanções contra duas agências de inteligência russas.
A Inteligência dos EUA sustenta que os ciberataques russos buscaram ajudar Trump a derrotar Hillary. Diversos republicanos reconhecem que houve ação de hackers russos durante a eleição, mas não conectam os ataques a um esforço para ajudar Trump.
Documentos roubados do Comitê Nacional do Partido Democrata (DNC) e de John Podesta, gerente de campanha de Hillary, foram vazados para a imprensa antes da eleição, constrangendo a campanha da democrata.
Na quarta-feira, Trump disse pelo Twitter:
“(O fundador do WikiLeaks) Julian Assange disse que ?um rapaz de 14 anos poderia ter hackeado Podesta? ? por que o DNC foi tão descuidado? Também disse que não foram os russos que lhe deram a informação!?
Trump e seus assessores acreditam que democratas estejam tentando comprometer a legitimidade de sua vitória eleitoral ao acusar autoridades russas de ajudá-lo.