BUENOS AIRES ? Uma corte argentina condenou a 25 anos o ex-chefe da Força Aérea Omar Graffigna por participação no sequestro e desaparecimento de ativistas durante a ditadura do país, entre 1976 e 1983. Ele tem hoje 90 anos.
Na decisão do Tribunal Federal de San Martín, Graffigna foi considerado culpado pelo sumiço do casal Patricia Roisinblit e José Manuel Pérez Rojo, em 1978. Ela estava grávida quando foi levada a um centro de detenção da Força Aérea junto ao marido e a filha de 15 meses. Deu à luz em cativeiro.
Décadas depois do desaparecimento dos dois, que teriam sido torturados e mortos, o filho que nasceu na prisão, Guillermo Pérez Roisinblit, entrou como parte interessada no processo.
A notícia das sentenças foi comemorada pelas Avós da Praça de Maio, que buscam os filhos sequestrados das famílias desaparecidas. A ONG chamou de “genocidas” os responsáveis pelo crime. A avó biológica de Guillermo é hoje a vice-presidente do grupo, Rosa Tarlovsky de Roisinblit, quem acompanhou a audiência final.
Guillermo foi roubado por Francisco Gómez, homem próximo a seus captores, e entregue a outra família antes de descobrir a própria identidade. Gómez foi condenado a 12 anos de prisão junto a Graffigna.
Grupos de direitos humanos afirmam que cerca de 30 mil pessoas morreram ou foram assassinadas na ditadura.