SÃO PAULO – Além de ter ficado sem prefeita, a cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, corre o risco de ficar também sem vice-prefeito. Com a prisão de Dárcy Vera (PSD) na manhã desta sexta-feira, numa operação deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, o vice Marinho Sampaio (PMDB) discute com seus advogados a possibilidade de não assumir o cargo.
De acordo com a assessoria de Sampaio, a discussão ocorreria na tarde de hoje. A assessoria, porém, não informou a razão de Sampaio estar avaliando renunciar para não ter que assumir o cargo de prefeito.
Pela manhã, o vice já havia divulgado uma nota indicando que, com base na Lei Orgânica do da cidade, se a prefeita continuasse presa por mais 14 dias, quem responderia pela administração seria o secretário de Governo, Marcus Berzoti.
Dárcy Vera foi presa em sua casa, em Ribeirão Preto, sob acusação de associação criminosa, peculato e corrupção passiva. Ela, que também teve os bens bloqueados pela Justiça, foi alvo da segunda da chamada Operação Sevandija, que apura desvio de R$ 203 milhões da prefeitura.
De acordo com a Procuradoria-Geral de Justiça, a prisão envolve pagamento ilegal pela prefeitura de honorários advocatícios previstos em acordo homologado na Justiça com base em documentação falsa. Ela está em São Paulo, onde deporá para a procuradoria por ter foro privilegiado. Depois, seguirá presa na sede da PF em São Paulo.
Além da prefeita, foram presos também Sandro Rovani da Silveira Neto e Maria Zuely Alves Librandi, ex-advogados do Sindicato dos Servidores Municipais, e o ex-secretário Marco Antônio dos Santos, que comandou a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp) e o Departamento de Água e Esgoto (Daerp).
De acordo com a Polícia Federal, a nova fase da operação foi batizada de Mamãe Noel devido a evidências de que Maria Zuely Alves teria repassado, entre 2013 e 2016, mais de R$ 5 milhões aos outros acusados . Eles negam as irregularidades.