Cotidiano

Após dissidência do Talibã, Estado Islâmico também assume ataque no Paquistão

RIO ? O Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque suicida que matou pelo menos 70 pessoas e feriu outras 120 em um hospital de Quetta, no Paquistão. Mais cedo, no entanto, o grupo Jamaat-ul-Ahrar, uma dissidência do Talibã paquistanês, também assumiu a responsabilidade pela explosão. Esta é a mesma organização que realizou um atentado durante a Páscoa, em março, matando 72 pessoas em Lahore. As vítimas incluem jornalistas e advogados.

Mais de cem pessoas, a maioria advogados e jornalistas, se reuniam na emergência do hospital para acompanhar o corpo de um advogado proeminente que havia sido assassinado na cidade mais cedo nesta segunda-feira. Bilal Anwar Kasi foi morto quando caminhava até o tribunal, e a polícia desconfia que o atentado tenha sido planejado para atingir pessoas próximas a ele.

?Um mártir do Estado Islâmico detonou seu cinto de explosivos em um encontro de funcionários do Ministério da Justiça e policiais paquistaneses na cidade de Quetta?, afirmou a agência de notícias dos jihadistas.

Poucas horas antes, no entanto, a dissidência do Talibã emitiu uma mensagem semelhante. O grupo reivindicou o novo ataque contra o Paquistão.

? O Tehreek-e-Taliban Pakistan Jamaat-ur-Ahrar assume a responsabilidade por este ataque e promete continuar a realizar outros ? disse o porta-voz Ehsanullah Ehsan.

Em entrevista ao GLOBO por telefone, o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) Najum Abbasi expressou choque.

? O ataque ao hospital de Quetta é alarmante. Hospitais são lugares para salvar vidas. ? disse Abbasi, de Islamabad. ? Apelamos pelo respeito e proteção às instalações médicas e profissionais da saúde não só no Paquistão, mas globalmente.

Imagens de televisão mostraram cenas de caos, com pessoas em pânico fugindo em meio aos destroços à medida que a fumaça tomava conta dos corredores do hospital.

A capital do Baluquistão, província do Sudoeste paquistanês, vem sendo assolada pela violência, e vários advogados têm sido visados. A área é palco da campanha insurgente contra o governo, tensões sectárias, além de altos níveis de criminalidade.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou os ataques.

? Ninguém poderá perturbar a paz da província ? disse ele.