Há três anos, Daniel dos Santos Cardoso desenvolveu um aplicativo que foi apontado pelo Sebrae como uma das 25 melhores ideias do Brasil, em 2015. Mas, além de uma tecnologia, o “Socorre.me” é uma ferramenta que pode salvar vidas de pessoas com dependência química. A invenção do analista de sistema se encaixa no terceiro dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas) que, desde 2015, é parceira do Sebrae no fomento aos negócios de impacto social e ambiental.
Foi pensando na própria experiência que Daniel Cardoso decidiu ajudar outras pessoas. “Comecei a conhecer a droga com 12 anos, com o cigarro e depois veio o álcool e a cocaína”, conta o analista de sistema. “Era viciado, mas era uma pessoa normal até a primeira overdose. Foi quando eu parei pela primeira vez”, relata.
Segundo ele, houve outras duas tentativas de largar o vício, mas foi na terceira overdose que ele conseguiu, definitivamente, deixar as drogas de lado. “Há seis anos não uso mais, depois que, no hospital, uma enfermeira colocou na minha cabeça que eu iria parar”, conta Daniel.
A partir do momento em que ficou “limpo”, Daniel pensou em desenvolver um mecanismo que ajudasse as pessoas com o mesmo problema que ele teve. Foi quando surgiu a ideia do aplicativo “Socorre.me”.
A ferramenta tem o propósito de auxiliar o tratamento de dependentes químicos por meio de diversos recursos, como indicar locais que representam um risco de recaída do paciente. Além disso, o “Socorre.me” mostra a quantidade de dias que o usuário está “limpo” e tem um localizador, caso a pessoa tenha uma recaída, sofra uma overdose ou até uma crise de abstinência. O usuário poderá colocar no aplicativo o tempo e o valor diário pelo consumo, foto das pessoas antes e depois da droga e também da família, que é para o dependente pensar antes de fazer uso do entorpecente.
Outro projeto
Com 39 anos, Daniel Cardoso é graduado em análise e Desenvolvimento de Sistemas, com pós-graduação em Análise e Projeto de Sistemas e trabalha, desde 1998, na área de Tecnologia da Informação. Há cinco anos, com apoio do Sebrae, fundou seu negócio (a Aplicativos 9), em São Paulo, para onde se mudou depois de deixar Brasília. Ele conta que todo o investimento do Socorre.me saiu do próprio bolso e o próximo passo será lançar um e-book com o mesmo tema e contra a pornografia infantil.
A tecnologia de combate às drogas criada por Daniel foi considerada pelo Sebrae uma das 25 melhores ideais surgidas em 2015, quando o projeto foi apresentado na sede da instituição em São Paulo.
O “Socorre.me” pode ser baixado em aparelhos celulares IOS ou Android. O aplicativo hoje é vendido em várias lojas APP Store e Play Store em oito idiomas.
Hoje Daniel faz parte de um seleto grupo de startups brasileiras que ganha mercado a cada dia. Ele é chamado para palestras em fóruns, comunidades, igrejas e congressos, e participa de concursos, vencendo alguns deles, além de pitchs em eventos como a Campus Party.