Cotidiano

ANJ condena ameaças e agressões a jornalistas em atos contra o impeachment

jornalista-impeachmentBRASÍLIA ? A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenou, nesta quinta-feira, as agressões e ameaças contra jornalistas feitas por manifestantes em protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff na quarta. Em nota, a entidade classificou os atos como “iniciativas intoleráveis de intimidação”. A ANJ também criticou a destruição de equipamentos dos fotógrafos por parte de policiais.

“Não se pode confundir o direito à manifestação com vandalismo, nem manutenção da ordem com violência e censura. A ANJ espera que as autoridades apurem os casos ocorridos ontem, lhes dê o devido tratamento legal e se empenhe de forma permanente em preservar o livre exercício do jornalismo”, diz o texto divulgado pela entidade.

Também nesta quinta-feira, a manifestante Deborah Fabri, que ficou ferida na manifestação contra Michel Temer em São Paulo, na noite de quarta, afirmou em uma rede social que perdeu a visão. Ela foi foi atingida no rosto por um estilhaço de bomba de efeito moral. O Hospital de Olhos Paulista, que atendeu Deborah, não confirmou a perda de visão definitiva e diz que o ?prognóstico requer cuidados especiais?. Na quarta-feira, manifestantes contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) entraram em confronto com a Polícia Militar no centro de São Paulo.

Deborah, que é militante do Levante Popular da Juventude, postou uma mensagem em uma rede social, onde informa sua situação. ?Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo mas estou bem. Obrigada pelas mensagens e apoio logo logo respondo todos!!!”.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA ANJ

ANJ protesta contra agressões a jornalistas e ameaças a empresas jornalísticas

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condena as agressões e ameaças dirigidas ontem contra jornalistas e empresas jornalísticas em diferentes cidades do país, por parte de manifestantes contrários ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e por forças policiais que tratavam de reprimir atos de vandalismo.

Os atos praticados pelos manifestantes foram iniciativas intoleráveis de intimidação. Já as agressões e destruição de registros fotográficos dos acontecimentos por parte de policiais militares contra profissionais devidamente identificados caracterizam violência e arbitrariedade inaceitáveis.

Em ambos os casos, além de colocar em risco a integridade física de profissionais no exercício de sua atividade, tais ações são uma afronta ao direito da sociedade de ser livremente informada, por agredirem o jornalismo na sua essência.

Não se pode confundir o direito à manifestação com vandalismo, nem manutenção da ordem com violência e censura. A ANJ espera que as autoridades apurem os casos ocorridos ontem, lhes dê o devido tratamento legal e se empenhe de forma permanente em preservar o livre exercício do jornalismo.

Brasília, 1º de setembro de 2016.

Associação Nacional de Jornais