RIO – Diante de uma audiência que pode, de fato, se tornar objeto de decisões suas em futuro breve, o ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, está há quase quatro horas mais confortável com o tema-eixo do debate nacional hoje do que grande parte de seus inquisidores. A Lava-Jato incomoda muita gente no Senado nesses dias.
Os 13 titulares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que são citados ou investigados na operação, até agora ignoraram o assunto. Incluindo o presidente da CCJ, Edison Lobão (PMDB-MA).
Os 26 senadores estão mantendo ritmo ameno ao escrutínio, indicando aprovação confortável ao nome de Moraes, indicado pelo presidente Michel Temer à vaga de Teori Zavascki. O ministro licenciado, aparentemente bem treinado, passa com leveza por assuntos com potencial de polêmica, como sua suposta atuação como advogado do PCC.
Fragilidade dos interlocutores, mas também força do governo.
Até mesmo os mais aguerridos opositores estão ausentes do embate hoje. Nomes como Kátia Abreu (PMDB), Humberto Costa (PT) e Jorge Viana (PT) integram uma caravana para Israel.
A se manter o desconforto dos potenciais algozes e diante da ausência dos opositores, Moraes, a seguir o ritmo, dormirá essa noite ministro do Supremo.