RIO ? Depois de, nos últimos cinco anos, emendar um trabalho no outro na Globo ? foram cinco novelas e uma minissérie somente neste período ?, Fabiula Nascimento teve uma conversa com a emissora. A atriz decidiu dar um tempo dos folhetins após viver a batalhadora Eulália na primeira fase de ?Velho Chico?, no começo do ano passado. links tv 19.3
? Fui fazendo uma coisa colada na outra, sem respiro. E nos intervalos da TV ainda me dedicava ao cinema. Foi uma opção minha, mas, depois de ?Velho Chico?, eles me deram esse tempo que pedi ? conta a atriz, que tirou férias, mas já abraçou outros novos trabalhos.
Em cartaz em São Paulo com a peça ?5X Comédia? até o fim de abril, depois de uma temporada no Rio, Fabiula termina de gravar amanhã a segunda temporada de ?O país do cinema?, do Canal Brasil, em que fala sobre o processo de criação de filmes nacionais. Após entrevistar diretores, produtores e técnicos na primeira leva do programa, a atriz e apresentadora terá a chance de conversar com outros colegas de profissão agora.
? Eu não sou uma entrevistadora, estou ali de curiosa. Procuro trabalhar a escuta. Na primeira temporada recebia figuras mais técnicas, diretores de fotografia e de arte. Vez ou outra vinha um ator. Era um papo mais técnico. Fiquei bastante assustada ao receber o convite, mas gosto de desafio. Agora estou falando realmente de um assunto que conheço, o processo do ator.
Fabiula vai gravar todos os 26 novos episódios do programa, dirigido por Marcello Maia e Gigi Soares, em 15 dias, num estúdio montado na Fundição Progresso, no Rio. Na nova temporada, ela entrevista nomes como a atriz Gloria Pires e o diretor Bruno Barreto, de ?Flores raras?; Jesuíta Barbosa e Cacá Diegues, de ?O grande circo místico?, e Murilo Benício e Débora Falabella, do longa ?O beijo?.
? Para apresentar um programa tem que ser algo relacionado ao meu trabalho. Jamais poderia fazer um ?Superbonita? (programa sobre beleza, do GNT), por exemplo. Já participei como entrevistada, mas fui chamada por um tema específico. Falei sobre corpo e sensualidade, disse que a mulher pode ter um vibrador. Por que não? Mas não é em qualquer programa que eu poderia colocar a minha cara.
Aos 37 anos, a curitibana se fixou no Rio após o sucesso do filme ?Estômago? (2007), de Marcos Jorge, em que vivia a prostituta Íria. E diz que o longa é até hoje o trabalho mais significativo de sua carreira.
? Mudou a minha vida. Foi um antes e depois, me abriu o mercado da TV e do cinema.
Mesmo após interpretar personagens de sucesso, como a cabeleireira Olenka, de ?Avenida Brasil? (2012), a mãe de santo Marina de Ogum, de ?O canto da Sereia? (2013), e a própria Eulália, de ?Velho Chico?, Fabiula diz que consegue passar incólume na rua. E garante jamais ter se deslumbrado com o glamour que envolve a profissão.
? Sou comum, lavo roupa, moro em 60 metros quadrados, quitei meu apartamento há dois anos. Eu não faço propaganda de xampu. Não tenho talento para isso. Ouço das pessoas: ?Essa menina não parece aquela da TV? Mentira, é ela??. Esse é o maior elogio do mundo, amo quando só sabem o nome do personagem e não o meu.
Além do programa do Canal Brasil, Fabiula vai gravar um dos episódios da segunda temporada de ?Segredos de justiça?, série do ?Fantástico? estrelada por Gloria Pires. E será vista numa participação na série ?A cara do pai?, com Leandro Hassum, no segundo semestre. Ela também tem papéis de destaque em três filmes inéditos, ?O nome da morte?, dirigido por Henrique Goldman; ?Como é cruel viver assim?, de Júlia Rezende; e ?Morto não fala?, de Dennison Ramalho.