BRASÍLIA ? Em cerimônia no Palácio do Itamaraty na noite desta terça-feira, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores criticando o que chamou de “escalada autoritária” na Venezuela. Ele afirmou ainda que o governo brasileiro está preocupado com a crise humanitária no país vizinho.
? Não posso deixar de lembrar a preocupação, cada vez mais presente, com a escalada autoritária do governo venezuelano, que nos últimos anos esteve presente entre os grandes temas em debate. A nossa posição frente à Venezuela é emblemática do papel que queremos desempenhar na América Latina e no mundo. Nossa solidariedade irrestrita com aqueles que lutam pela liberdade nesse país irmão é a reafirmação do princípio constitucional da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais do Brasil democrático ? disse no discurso na solenidade de transmissão de cargo.
Depois de falar da importância do Mercosul e anunciar que amanhã embarca para Buenos Aires para encontro com ministro desses países, voltou a falar da Venezuela.
? A situação na Venezuela continua a nos preocupar. Queremos uma Venezuela próspera e democrática, sem presos políticos e com respeito à independência dos poderes, um país irmão capaz de reencontrar o caminho do progresso para o bem de sua gente.
O novo chanceler elencou como uma das prioridades de sua gestão um novo patamar de relacionamento com a África. O novo ministro afirmou também que está na ordem do dia o acordo com o Mercosul e a União Europeia, fato que poderá proporcionar um salto nas relações do Brasil com a Europa.
No discurso de despedida, o ex-chanceler José Serra aproveitou para fazer balanço de sua gestão. Ele destacou como ponto importante de seu período como chanceler a reorientação da política externa em um contexto de grande instabilidade. O ex-ministro agradeceu ao presidente Michel Temer pela oportunidade de ocupar o cargo, que ele chamou de “uma das mais singulares e fascinantes” experiências de sua vida.