BERLIM – Os aliados da chanceler federal alemã, Angela Merkel, intensificaram críticas à chefe de governo e romperam com o governo ao anunciar a campanha do ex-presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz contra ela em setembro. Líder da legenda de centro-esquerda alemã Partido Social Democrata (SPD), o vice-chanceler Sigmar Gabriel criticou nesta terça-feira as políticas de austeridade de Merkel e do ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, dizendo que elas contribuíram para a ascensão de partidos populistas no continente. POPULISMO
Gabriel delineou suas críticas em um comunicado no qual também confirmou que não irá concorrer contra Merkel na eleição federal de setembro e alertou sua legenda para evitar uma grande coalizão de direita e esquerda.
“As políticas de Angela Merkel e Wolfgang Schaeuble sem dúvida contribuíram para as crises profundas na União Europeia desde 2008, para o isolamento de um governo alemão dominante e, por meio de uma insistência incansável na austeridade, para o alto desemprego fora da Alemanha”, disse Gabriel em sua mensagem. “Uma consequência tem sido o fortalecimento de partidos populistas antieuropeus e o dano não somente à democracia, mas também a um bom clima de investimento.”
Ele disse que os social-democratas, que estão em uma coalizão com os conservadores de Merkel, não foram capazes de fazer a chanceler mudar de rumo.
“A continuidade das políticas atuais ocorre à custa do crescimento sustentável”, afirmou Gabriel. “Isto também é perigoso para a Alemanha.”
Com o lançamento de Schulz, o SPD se soma à disputa pela maioria dos assentos nas eleições que definirão a próxima legislatura no Bundestag, o Parlamento local. A extrema-direita do Alternativa para a Alemanha já está em campanha prévia, enquanto Merkel tenta garantir seu quarto mandato.