BRASÍLIA – Adversários do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiram impedir que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) votasse nessa terça-feira uma consulta que permitiria o plenário da Câmara passar a converter de cassação em pena alternativa punição que vier a ser recomendada por parecer do Conselho de Ética. A consulta recebeu parecer favorável de Arthur Lira (PP-AL), que além de um dos principais aliados de Cunha já foi denunciado e teve os bens bloqueados na Operação Lava-Jato.
Diante da inclusão da proposta na pauta, parlamentares iniciaram a obstrução pedindo a leitura da ata da sessão anterior. Na sequência, pediram votação nominal em projeto que tratava de acordo internacional entre Brasil e Uruguai sobre a circulação de pessoas. Fizeram parte do movimento parlamentares de PSDB, PC do B, DEM, PR e PT.
Com a possibilidade de a sessão cair e não conseguir votar nenhum outro item da pauta, o deputado Covatti Filho (PP-RS), terceiro vice-presidente e que comanda a sessão dessa tarde, propôs a retirada da consulta de pauta. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP), primeiro a iniciar a obstrução, aceitou a proposta e os demais parlamentares concordaram. Covatti Filho afirmou que o tema será debatido pelos coordenadores das bancadas na manhã desta quarta-feira e a consulta poderá voltar à pauta.