A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) adiantou que o Plano Safra 2019/20 – previsto para ser lançado no dia 12 de junho – deverá ser feito nos mesmos moldes dos anos anteriores: “Vai ser igual aos outros. É um plano safra muito parecido”.
Para a ministra, é essencial que o produtor rural tenha previsibilidade na hora de tomar crédito. Ela defendeu que o País caminhe para um modelo permanente. “O Brasil e o agronegócio brasileiro ficaram tão grandes que a gente tem que ter uma política agrícola definida, sem ter que todo ano o produtor ficar preocupado se o juro vai subir, se vai cair, se vai ter a subvenção, se vai ter o seguro…”
Tereza Cristina voltou a lembrar a necessidade da aprovação no Congresso Nacional do projeto de crédito suplementar (PLN 4/19), que inclui R$ 10 bilhões em recursos para equalização dos financiamentos do Plano Safra. “Neste ano, com esse orçamento superapertado, precisamos da votação urgente do PLN 4 para que o governo tenha esses recursos do orçamento do ano passado à disposição e possa fazer o plano safra e colocar dinheiro na educação, na saúde, enfim, onde tem obrigação de investir”.
A ministra comemorou a boa fase que vive o setor agropecuário brasileiro e disse que o presidente Jair Bolsonaro é um “grande amigo” do setor. “Vivemos hoje um grande momento para essa classe produtora que foi massacrada durante muito tempo e que nos colocou contra a classe urbana, que acha que somos transgressores. E não somos, somos produtores colocando alimento barato e seguro no prato do brasileiro e ainda gerando excedente para alimentar 1 bilhão de pessoas no mundo todo ano.”
MP para crédito privado
A ministra Teresa Cristina também anunciou que o governo vai editar em breve uma medida provisória para rever instrumentos como a CPR (Cédula de Produto Rural) e os títulos do agronegócio – como LCA, LDCA e CRA. O objetivo é melhorar o acesso do setor ao financiamento dos bancos privados. Segundo ela, a medida vai ajudar o produtor a tomar empréstimo aqui e também no exterior.
“Vamos poder tomar dinheiro em dólar lá fora muito mais barato para financiar a nossa safra. Tudo está nessa nova medida provisória que estamos escrevendo e vamos mandar ao Congresso Nacional em breve”, revelou. “Temos de reduzir o custo do dinheiro para o produtor, temos de reduzir os sócios ocultos da agricultura, temos que acabar com venda casada, acabar com uma série de coisas que deixam o dinheiro dito oficial cada vez mais caro”, enumerou.
A ministra destacou que, além de apoiar o Plano Safra, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com quem se reuniu na semana passada, “quer ajudar o agronegócio com coisas modernas e com novas ferramentas”.