Agronegócio

Oeste inicia semeadura da soja e colheita do milho 2ª safra está mais perto do fim

Oeste inicia semeadura da soja e colheita do milho 2ª safra está mais perto do fim

Cascavel – Apesar da onda de frio de baixa intensidade e algumas precipitações pluviométricas registradas nos últimos dias na região oeste do Paraná, a semeadura da soja já coloca os produtores e as máquinas no campo, desde o início da semana. Tudo por conta do fim do vazio sanitário, iniciado em 10 de junho e encerrado em 10 de setembro, último domingo.

De acordo com o engenheiro agrônomo e especialista em sementes há mais de três décadas, Airton Cittolin, a expectativa em relação à soja são as melhores. “O Oeste é vanguarda na produção de soja e, se o clima colaborar, tende a responder por uma fatia considerável da produção estadual do grão”, disse em entrevista, ontem (14), ao Jornal O Paraná. Durante o período de 90 dias do vazio sanitário, é proibido por meio de portaria do Ministério da Agricultura, ter qualquer planta viva de soja nos campos. A medida é uma forma de mitigar os riscos associados à proliferação do fungo responsável pela ferrugem asiática.

No Paraná, pelo menos 1% da área estimada de 5,8 milhões de hectares já está semeada, com expectativa de que sejam colhidos 21,9 milhões de toneladas, volume pouco inferior as 22,4 milhões de toneladas da safra anterior, que foi recorde.

MILHO

Sobre a colheita da segunda safra de milho na Região Oeste, ainda resta cerca de 10% para colher. “Já estamos indo para a etapa final da colheita de milho”, enfatiza Cittolin, estimando que a colheita deva terminar no máximo em 15 dias na região, se assim o tempo permitir. Em todo o Estado, nesta semana o índice chegou a 89% da área total estimada já colhida, de 2,37 milhões de hectares no Paraná.

De acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural), ligado à Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento), ainda restam 260 mil hectares a serem colhidos, principalmente no norte do Estado, onde tradicionalmente o plantio é mais tardio.

TRIGO

Sobre o trigo, a colheita está na metade no oeste paranaense. De acordo com o engenheiro agrônomo, já foram colhidos cerca de 30% de trigo na região. “Vai acabar a colheita de milho, mas a de trigo ainda terá continuidade, devendo seguir por mais um mês”. A colheita dos cereais de inverno transcorre normalmente no Estado, apesar de breve interrupção pelas chuvas. A do trigo alcançou 35% da área de 1,4 milhão de hectares, enquanto a cevada já foi retirada de 1% dos 86,4 mil hectares.

As condições climáticas estão favoráveis e o plantio da primeira safra de feijão 2023/24 já atingiu 20% dos 112 mil hectares previstos. Nesta safra predomina o tipo preto. O feijão de cores prevalece na segunda safra, que tem plantio a partir de janeiro.  O atual ciclo deve render 216 mil toneladas.

Ainda que haja desafios pela frente, como incidência da doença brusone no trigo e eventual geada para a cevada, as produções de ambos podem ser recordes. No trigo a previsão é de superar o maior volume registrado de 3,83 milhões de toneladas de 2014, chegando a 4,5 milhões. Já a cevada tende a superar o recorde de 335 mil toneladas do ano passado, alcançando 394 mil toneladas.

SUÍNOS E LEITE

O Paraná é o segundo maior produtor de carne suína do Brasil, com 564,5 mil toneladas no primeiro semestre de 2023. Como o segundo semestre é normalmente o período em que mais se consome esse produto, a expectativa é de que haja crescimento.

A pesquisa trimestral de leite do IBGE mostrou que a captação paranaense no segundo trimestre de 2023 foi de 814 milhões de litros. Somada aos 831 milhões de litros adquiridos no primeiro trimestre, reverte a queda que vinha se observando este ano. O Paraná registrou 14% da captação nacional de 5,72 bilhões de litros no trimestre e se mantém como segundo no ranking.

FRANGO E OVOS

Nos sete primeiros meses de 2023, as exportações brasileiras de carne de frango cresceram 8,1% em faturamento, atingindo US$ 5,9 bilhões, contra US$ 5,4 bilhões em 2022. Em quantidade, houve crescimento de 10,9% – saindo de 2,7 milhões de toneladas para 2,9 milhões. O Paraná exportou 1,2 milhão de toneladas e arrecadou US$ 2,3 bilhões. Nos sete primeiros meses do ano passado tinha exportado 1,1 milhão de toneladas e arrecadado US$ 2,2 bilhões.

A pesquisa trimestral feita pelo IBGE apontou que a produção de ovos de galinha ultrapassou 12,5 bilhões de unidades no segundo trimestre de 2023. Crescimento de 2% frente às 12,2 bilhões do mesmo período do ano passado. Em plantel de poedeiras, o Brasil registrou 184,9 milhões de galinhas. O Paraná tem 20,3 milhões.

Foto: AEN