Depois de uma safra recorde em 2017, com 4 milhões de toneladas de soja colhidos somente na região oeste do Paraná, nos Núcleos Regionais da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel e de Toledo, a hora é de calcular o que continua estocado, já que o novo cultivo precisa ocupar silos e armazéns.
Segundo levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural), ao menos 10% do que foi retirado do campo ano passado continua estocado. São 400 mil toneladas que, considerando o preço de balcão desta semana à oleaginosa, R$ 70 a saca de 60 quilos, somam quase R$ 500 milhões guardados. “Só vende mesmo quem precisa se capitalizar por um motivo ou outro”, afirma o técnico do Deral José Pértille.
O diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, assegura que não vão faltar espaços para a estocagem e que as cooperativas estão preparadas para este recebimento. “Há anos estamos nos preparando e temos uma excelente capacidade de recebimentos de grãos”, completa.
Valorização da commodity
Apesar de uma quebra que pode chegar à casa dos 15% na região oeste do Paraná, o ciclo atual da soja caminha para um bom desempenho nas lavouras, mesmo diante de uma disparidade da produtividade nunca vista antes. “De um lado temos visto produtor colher 50 sacas por alqueire e no outro, 180. Então esse diagnóstico só poderá ser traçado após o fim da colheita”, reforça o técnico José Pértille.
Com mais de 90% das áreas destinadas à oleaginosa já colhidas no oeste – este ano foram mais de 1 milhão de hectares de área total -, parte da produção segue agora para silos e armazéns, mas a tendência é para que, quem precisa se capitalizar, aproveite o bom momento com a valorização da commodity. Há duas semanas a saca de 60 quilos estava cotada em R$ 65. Nesta semana alcançou os R$ 70. “A expectativa é para que a colheita da soja se encerre nas próximas semanas com um mês de atraso por conta das interferências climáticas. Na região de Catanduvas, por exemplo, a colheita só começou nesta semana. É onde ela está mais atrasada na região”, observa o técnico.
Apesar do atraso para o cultivo, a expectativa é para que a área com milho, em toda a região oeste do Paraná, ultrapasse os 700 mil hectares, queda de área menor que a estimada há um mês.