Na série de reportagens do Caderno O Paraná Rural sobre o desempenho das cooperativas, o destaque desta semana vai para a Coamo Agroindustrial Cooperativa, maior cooperativa agrícola do Brasil com sede em Campo Mourão, mas com uma de suas maiores unidades em Toledo. Ela está presente hoje nos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul. O balanço do exercício 2017 revelou uma receita global de R$ 11,07 bilhões com a distribuição das sobras aos associados no montante de R$ 318 milhões de acordo com a movimentação de cada um no exercício de 2017 na cooperativa.
A receita global da Coamo de 2017 sofreu uma redução de 3,32% em relação ao ano anterior. O presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassin, explicou que o estoque de passagem dos produtos agrícolas tem aumentado significativamente nos últimos anos – em 2017 foi de 43,66 milhões de sacas. “Se esses volumes fossem comercializados no ano, ao preço médio de venda, importaria em R$ 2,24 bilhões. Os bens de fornecimento que foram contratados em 2017 e não retirados importaram em R$ 805,98 milhões. Considerando a somatória dos valores dos estoques de passagem de produtos agrícolas, ao preço médio de venda e dos valores dos bens de fornecimento contratados e não retirados, elevaria as receitas globais do ano para R$ 14,12 bilhões, o que proporcionaria um crescimento de 23,3% em relação ao ano anterior.”
De acordo com Gallassini, os preços dos produtos agrícolas sofreram menos variações ao longo de 2017, decorrentes dos estoques confortáveis após grandes safras ao redor do mundo. “A cotação do dólar também não sofreu variações expressivas, ficaram em média 9% inferior a 2016. O ritmo de comercialização foi lento, dada a retração dos produtores quando os preços recuaram para níveis mais baixos.”
Gallassini informou durante a apresentação dos resultados da cooperativa aos cooperados que essa postura do cooperado causou grande pressão sobre a logística, ocasionou falta de espaço para armazenar a safra, mas um impacto positivo na recuperação dos preços. “A soja que chegou a R$ 55 durante a colheita foi a R$ 65 na entressafra e o milho que ficou em R$ 16 durante a colheita, foi para R$ 23. Ficaram distantes dos níveis praticados em 2016, porém acima do valor obtido no período da colheita. O trigo também recuou na colheita para R$ 32 recuperando-se gradualmente para R$ 35 após constatadas as quebras de produtividade, caminhando para níveis mais próximos da paridade de importação.”
Recebimento
A Coamo recebeu em 2017 um total de 7,66 milhões de toneladas de produtos, na maior safra já recebida pela cooperativa, representando 3,2% da produção brasileira de grãos. “Para o recebimento desta produção contamos com uma capacidade estática de armazenagem de 5,42 milhões de toneladas a granel e 983,26 mil toneladas de ensacados, totalizando 6,40 milhões, representando um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior.”
Industrialização
Durante o ano de 2017 foram industrializados um total de 1,34 milhão de toneladas de soja; 202,87 mil toneladas de trigo; 3,37 mil toneladas de café beneficiado e 6,09 mil toneladas de algodão em pluma. O Parque Industrial é composto por indústrias para o processamento de soja, refinadora de óleo vegetal, fábrica de margarina e gordura vegetal hidrogenada, torrefadora e moagem de café, fiação de algodão e moinho de trigo.
Exportações
A Coamo exportou 3,84 milhões de toneladas de produtos com um faturamento de US$ 1,29 bilhão e continua entre as maiores empresas exportadoras brasileiras. Além destes volumes, foram comercializadas 796,69 mil toneladas de produtos destinados à exportação, no montante de US$ 272,64 milhões.
Fatos
Como principais fatos relevantes para 2018, o presidente destaca a entrada em funcionamento de dois novos entrepostos no Mato Grosso do Sul – Itaporã e Sidrolândia – e do Posto de Recebimento de Produtos Agrícolas no Distrito de Ivailândia, município de Engenheiro Beltrão (PR), além do início efetivo das obras das indústrias de processamento de soja e refinaria de óleo de soja em Dourados (MS).
Impostos e taxas
No ano passado, a Coamo gerou e recolheu o montante de R$ 463,63 milhões em impostos, taxas e contribuições sociais, valor este superior em 8,1% em relação ao ano anterior.
Participação
Gallassini destaca que 2017 foi marcante para a Coamo. “Destacamos a reestruturação organizacional, o recorde de recebimento da produção dos associados e a construção de novas Unidades e escritórios administrativos, o que contribuiu para o nosso sucesso neste ano. Os bons resultados alcançados devemos à confiança e apoio do nosso quadro social nas suas operações com a cooperativa e ao trabalho dedicado de nossos funcionários”, comemora o presidente da Coamo.