Com mercado chinês se aproximando cada vez mais de representar 50% das exportações de carne bovina in natura e processada, o comportamento das vendas do produto brasileiro no mercado internacional vem mantendo em 2018 um ritmo de crescimento que não se verificava havia vários anos.
Segundo as informações da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), que compilou os dados finais de movimentação de março divulgados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Serviços), mesmo sem contar com clientes tradicionais como a Rússia, o primeiro trimestre de 2018 foi encerrado com vendas de 393.083 toneladas que representaram um faturamento de US$ 1,589 bilhão para o País, crescimento de 19% em quantidade e 21% na receita em relação a 2017, quando o País exportou 331.253 toneladas que renderam US$ 1,299 bilhão.
Segundo a Abrafrigo, o mercado chinês, por meio das importações diretas pelo continente somadas às que entram por Hong Kong, efetuou compras de 171.249 toneladas no trimestre, o que representou 46,1% das exportações brasileiras. Para se ter ideia, no primeiro trimestre de 2017 as vendas para aquele mercado representavam 35,8%. O mês de março seguiu os resultados dos dois primeiros meses do ano e também foi muito bom para a carne bovina brasileira no mercado internacional. A comercialização atingiu 148.904 toneladas e a receita US$ 590,2 milhões, crescimento respectivo de 20% e 21% sobre março de 2017.
Outros países
Depois da China, o Egito, outro cliente importante, voltou a comprar de maneira muito forte com movimentação de 47.842 toneladas contra 15.004 toneladas em março de 2017.
O Chile também ampliou suas importações de 12.592 toneladas em março de 2017 para 23.888 toneladas em março de 2018.
Segundo a Abrafrigo, os resultados no mercado internacional hoje constituem importante válvula de escape para compensar a queda nas vendas no mercado interno, que não vem apresentando recuperação desde que foi deflagrada a Operação Carne Fraca da Polícia Federal no início de 2017. A Operação da PF estaria refletindo até hoje em queda de vendas para os países integrantes da União Europeia e para os Estados Unidos. No entanto, para o mercado russo, que já chegou a ser o maior importador da carne bovina brasileira, há perspectivas de reabertura das importações ainda no primeiro semestre de 2018, o que pode melhorar ainda mais o desempenho do País nos próximos meses.
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AÍLTON SANTOS
Legenda:
Carne bovina brasileira cai no gosto dos chineses; mercado nacional amplia exportações para a Terra do Fogo