Policial

Morre terceira vítima que foi baleada por guarda municipal em Londrina

Morreu mais uma vítima que foi atingida por disparos de arma de fogo por um guarda municipal de Londrina, no norte do Paraná. Valdir Siena, de 58 anos, estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Evangélico desde o dia 3 de abril, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na segunda-feira (10).

Siena era pai de uma das ex-namoradas do guarda municipal Ricardo Leandro Felippe que é suspeito de matar outras duas pessoas há oito dias. Outras três pessoas também ficaram feridas. A terceira vítima morta foi atingida por tiros no abdômen e no braço.

O guarda municipal está preso desde o dia 4 de abril, na Penitenciária Estadual de Londrina. No dia da prisão, a defesa de Felippe alegou que o guarda sofria de transtornos psicológicos e passava por um quadro depressivo.

Crime

A primeira vítima foi a sócia da atual namorada de Ricardo. Ele foi até o escritório na segunda-feira (3) e, como a namorada não estava, o alvo foi a sócia, Ana Regina do Nascimento, que foi morta a tiros. O corpo dela foi velado nesta terça em uma igreja na Zona Oeste de Londrina, e enterrado nesta quarta, às 8h, em Ibiporã, também na região norte do estado.

A segunda pessoa assassinada foi Victor Reis, de 17 anos. Ele era filho de uma ex-namorada do suspeito e foi surpreendido em casa, na noite de segunda. O corpo dele foi sepultado na terça-feira. A ex-namorada conseguiu escapar.

Histórico de violência

Ricardo era guarda municipal desde 2010. Em janeiro, a ex-namorada já o havia denunciado por ameaça.

No dia 17 de março, a Justiça determinou uma restrição no porte de arma do guarda municipal, ou seja, só poderia utilizá-la em serviço. A defesa dele havia pedido o fim da proibição, o que foi negado pela juíza responsável pelo caso.

Nos últimos dias, Ricardo estava afastado por atestado médico. Ele retornou ao trabalho na segunda-feira, pegou a arma e cometeu os crimes.

Segundo o secretário municipal de Defesa Social Evaristo Kuceki, Ricardo bateu o cartão normalmente. “Ele pediu a arma dele, né? Que a juíza determinou que em serviço ele poderia usar a arma. E sumiu”, declarou.

Além da ameaça à ex-namorada, o guarda municipal teria espancado a atual companheira no domingo (2). Ela o denunciou à Justiça e estava no fórum justamente no momento em que ele cometeu os crimes.

A juíza Zilda Romero, responsável pelo processo, diz que, agora, é preciso investigar como o guarda municipal teve acesso à arma usada nos assassinatos.

“Tudo isso tem que ser apurado, tem que ser investigado e tem que ser responsabilizado se ele teve acesso a essa arma de fogo sem autorização dos seus superiores”, disse.